XP rebaixa Cemig (CMIG4) a neutro e reitera recomendação de compra de Copel (CPLE6)
A Copel (CPLE6) avançou substancialmente desde sua privatização, ano passado, avaliam os analistas da XP, em relatório. Por outro lado, na Cemig (CMIG4), após ganhos elevados da ação desde o início de 2024, o momento é de uma abordagem mais cautelosa.
Vladimir Pinto, head de energia da XP, participou nesta sexta-feira (27) do Morning Call da XP, e explicou os motivos que levaram a casa a rebaixar a recomendação da Companhia Energética de Minas Gerais de compra para neutro, com preço-alvo de R$ 12,80, e reiterar a classificação de compra, com preço-alvo de R$ 13,80, para a Companhia Paranaense de Energia.
Performance do papel questionada
“No caso de Cemig, não teve nenhum problema específico com a empresa. Inclusive, a parte de dividendos, que é um grande atrativo, a gente permanece vendo que a empresa vai pagar um bom yield (rendimento) nos próximos anos. É mais a questão da performance do papel em si”, justificou.
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“A gente viu que a ação subiu mais de 40% desde o início do ano, enquanto o Ibovespa subiu muito pouco e o índice do setor elétrico até caiu”, acrescentou.
No relatório, a XP reconhece que a Cemig está entregando ganhos de eficiência e explica que a companhia está redirecionando seu foco para o negócio da distribuição, após a recente venda de ativos não essenciais da participação da Aliança Energia.
Federalização
Mas a casa afirma que embora veja “melhorias adicionais esperadas no futuro”, resolveu assumir “uma abordagem mais conservadora para o próximo plano de vendas de ativos”.
O documento acrescenta que, em relação às discussões sobre federalização, “embora a vejamos como um resultado improvável, aumenta a incerteza para o caso e a volatilidade para as ações”.
A XP também vê como improvável a privatização da companhia no atual cenário político.
Potencial de contratação de energia
“A gente acredita que no caso específico da Copel, ela tem o benefício que é uma grande parcela de seu balanço de energia estar descontratado”, disse.
“Então, com o preço de energia subindo no curto prazo, por conta da estiagem, isso está trazendo bastante volatilidade no preço de energia. Esse cenário de mercado de volatilidade no preço de energia, ajuda muito as empresas que estão com espaço para contratação de sua energia, já que elas podem conseguir ofertar melhor sua parte descontratada”, explicou.
“Vemos a Copel se beneficiando desse cenário de contratação de energia”, destacou. O relatório da XP afirma que a Copel entregou ganhos significativos de eficiência em todos os setores, e ainda espera ganhos adicionais para os próximos trimestres.
“Temos uma avaliação positiva de sua estratégia de reorganização de portfólio e esperamos novos gatilhos no curto e médio prazo, à medida que os preços da energia aumentam e o leilão de capacidade dos reservatórios se aproxima”, relata o documento.