taxas de títulos de inflação voltam a subir rumo a 7%
Após queda no fim da semana passada, os títulos do Tesouro Direto indexados à inflação voltaram a subir nas sessões seguintes. Nesta terça-feira (29), o destaque é o Tesouro IPCA+ 2035, que voltou ao patamar recorde do ano, ao atingir um juro real de 6,75% na segunda atualização do dia, próximo ao registrado na última quinta-feira (24).
As maiores taxas estão nos títulos mais longos. O papel de 20 anos do Tesouro IPCA+ está praticamente na mesma faixa do de 2035, com um prêmio de 6,73% nesta terça-feira, o valor mais alto do ano.
Leia também: Título público que paga quase 13% ao ano é uma boa compra agora?
GRATUITO
CURSO DE DIVIDENDOS
Descubra o passo a passo para viver de dividendos e ter uma renda mensal; começando já nas próximas semanas
O título mais curto, de 2029, apresenta um rendimento de 6,78% hoje, abaixo dos 6,84% na última semana.
Incertezas no mercado interno e a proximidade das eleições nos Estados Unidos – que está mexendo com o dólar e os Treasuries – estão fazendo preço nos títulos públicos do Brasil. Investidores aguardam anúncios sobre o cortes de gastos, que devem ser apresentados pelo Ministério da Fazenda ainda nesta semana.
“Com as eleições municipais já finalizadas, os investidores aguardam possíveis anúncios do governo sobre medidas fiscais, que podem ser fundamentais para reduzir a pressão sobre o real e a curva de juros”, diz o termômetro do mercado do Itaú BBA.
Os prefixados devolveram o patamar de 13% verificado na semana anterior, mas continuam em níveis elevados, principalmente o título de 2031, com um juro de 12,87%. Na semana passada, esse mesmo título chegou a oferecer 13,03% de rendimento.
O Tesouro Prefixado 2027 também devolveu parte dos seus ganhos, para um nível de 12,74% nesta terça-feira, ante 12,96% há alguns dias.
Leia também: Tesouro Selic perde o posto de queridinho para o IPCA+; qual o melhor atualmente?
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, vê dois movimentos guiando a curva de juros mais alongada do país e, consequentemente, fazendo preço no rendimento do Tesouro Direto. Primeiro é a ansiedade em relação ao pacote de corte de gastos do governo federal, segundo é o rali do mercado norte-americano pela perspectiva de vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais.
A possibilidade de vitória de Trump é interpretada como “inflacionária” para a economia dos EUA, o que tem dado força aos rendimentos dos Treasuries e, em paralelo, às taxas brasileiras e ao dólar frente o real.
Confira os detalhes dos títulos do Tesouro Direto às 11h56 desta terça-feira (29):