Quais setores da Bolsa podem se beneficiar em um cenário de recessão nos EUA?
Em meio ao aumento dos temores de uma possível recessão nos Estados Unidos, dados apontam o crescimento da demanda por ações mais defensivas enquanto empresas produtoras de commodities vêm tendo desempenho mais fraco (também pelo cenário pior na China).
Segundo o Itaú BBA, investidores estrangeiros encerraram agosto como compradores líquidos de R$ 10 bilhões, acumulando uma entrada líquida de R$ 16,4 bilhões desde o pico de saídas em meados de junho, reduzindo sua saída acumulada no ano para R$ 26,6 bilhões. Por outro lado, os investidores institucionais locais encerraram agosto como vendedores líquidos de R$ 16,5 bilhões.
Olhando setorialmente, a categoria doméstica foi a de melhor desempenho na semana passada, impulsionada pelos setores de Saúde, Telecomunicações e Utilities, enquanto Commodities teve o pior desempenho, com Petróleo e Gás, Aço e Mineração e Agronegócio como os setores de pior desempenho.
Em termos de tamanho, as Large Caps (empresas com alta capitalização na bolsa de valores) foram os de pior desempenho na semana passada.
Já a indústria de Fundos, segundo dados da Anbima, os Hedge Funds iniciaram setembro com resgates líquidos de R$ 4 bilhões, totalizando R$ 149 bilhões no ano, enquanto os fundos de Ações Ativas registraram R$ 700 milhões de saídas no mês e R$ 11,3 bilhões em 2024.
A Guide Investimentos comenta que esse padrão de rotação de ativos foi observado entre novembro e dezembro do ano passado, quando a expectativa de corte de juros nos EUA era elevada (e aumentou significativamente em relação ao longo do trimestre).
Em 2024, a expectativa de corte de juros voltou a aumentar no 3T24. “Assim como ocorreu no ano passado, a expectativa de corte de juros beneficia mais empresas consideradas cíclicas e defensivas do que os produtores de commodities (esse grupo é mais dependente do ciclo econômico e principalmente da economia chinesa)”, explica a Guide.
Na avaliação da Guide, o risco de recessão deve favorecer ativos mais defensivos no curto prazo e continuar penalizando as ações de produtoras de commodities.
Segundo a Guide, a diferença entre o momento atual e o 4T23 é que o risco de recessão parece maior atualmente. Neste momento, a casa de análise acredita que é mais prudente se apoiar em empresas mais defensivas como empresas de telecomunicações, saneamento, energia elétrica, varejo de alimentos, entre outros.