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Nov 22, 2024
Mercados

por que conversa do novo CEO com analistas animou, mesmo sem grandes mudanças?

  • Outubro 10, 2024
  • 5 min leitura
por que conversa do novo CEO com analistas animou, mesmo sem grandes mudanças?

O novo CEO da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta, que assumiu o cargo em outubro, participou de reunião com analistas de mercado junto com o Diretor de Relações com Investidores da mineradora, Thiago Lofiego, e trouxe uma visão geral dos investidores positiva do mercado e mais clara sobre a estratégia da empresa sob a nova liderança, ainda que sem grandes mudanças de rumo em relação ao que já estava sendo feito.

A XP destaca: (i) a ênfase de Pimenta na importância da agenda institucional, abordando aspectos políticos e ambientais, ao mesmo tempo em que reforçou a estratégia de crescimento da empresa após a resolução de questões pendentes (Mariana, ferrovias e decretos de cavidade); (ii) sobre as operações de minério de ferro, a empresa está focada em melhorar a eficiência de custos, adaptando-se ao ambiente pós-Brumadinho (plantas de filtração, empilhamento a seco e alternativas a barragens), além da ramp-up (início de produção) de projetos-chave; e (iii) para metais básicos, o foco é no cobre, com crescimento esperado principalmente por meio de formas orgânicas. A XP tem recomendação de compra para a Vale.

A agenda institucional é prioridade, com a gestão comprometida em melhorar o relacionamento com os stakeholders (governo, comunidade e agências ambientais) para resolver as principais discussões envolvendo a empresa e desbloquear oportunidades de crescimento (como cavidades em Serra Norte).

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O foco também é na resolução de acordos-chave, incluindo: (i) o acordo de reparação da Samarco, que parece estar em suas etapas finais, com fechamento previsto para o final de outubro a novembro de 2024 (as discussões com os stakeholders estão na fase final); (ii) renovação das concessões ferroviárias, com fechamento esperado para o final de 2024 a início de 2025; e (iii) ajustes nos decretos de cavidade previstos para os próximos 6 a 12 meses.

Para as operações de minério de ferro, o destaque é: (i) foco em melhorar a eficiência de custos, visando uma redução de C1 (custo de produção e frete do minério de ferro desde a mina até o porto) abaixo de US$ 20 a tonelada, enquanto se adapta ao ambiente pós-Brumadinho (plantas de filtração, empilhamento a seco e alternativas a barragens); (ii) ramp-up (início de produção) de projetos-chave (Vargem Grande, Capanema e S11D +20); (iii) aprimoramento no fornecimento de certos produtos e eficiência de processos; (iv) parcerias em projetos menores não estão descartadas; e (v) ênfase em pelotas e na descarbonização da siderurgia.

Sobre a alocação de capital, a política de dividendos permanece intacta, com a empresa reiterando que não deve exceder seu nível máximo de dívida líquida expandida de US$ 20 bilhões.

O Goldman Sachs, aponta que, embora o novo CEO não espere mudanças significativas em termos de estratégia da empresa, os analistas do banco estão otimistas quanto ao avanço da empresa em frentes importantes e acredita que a história micro provavelmente terá um forte impulso no futuro, o que seria uma mudança em relação aos últimos 5 anos.

“Mais especificamente, a nova administração tem o potencial de trazer um novo começo ao relacionamento governo-empresa, o que pode ajudar a aliviar as preocupações recentes dos investidores, alinhar melhor os interesses das partes interessadas e reduzir pendências importantes (incluindo em torno do acordo final da Samarco, renovação da concessão ferroviária e possíveis ajustes regulatórios)”, apontam os analistas do Goldman.

Na frente operacional, o banco vê três impulsionadores de valor, incluindo 1) o desenvolvimento contínuo de projetos-chave (Vargem Grande no 4T24, Capanema no 2S25 e S11D no 2S26 -> todos alavancando a infraestrutura existente); 2) melhoria da eficiência operacional (como resultado de decisões tomadas desde 2019) e 3) potenciais mudanças regulatórias em torno da regulamentação da caverna. “O momento parece bom nessas frentes principais e a gerência espera que seja o principal impulsionador da produção de minério de ferro aumentando para 350 mtpa [milhões de toneladas por ano] e redução de custos (para potencialmente abaixo de US$ 50/t versus cerca de US$ 60/t agora). “Destacamos que uma das principais mensagens da gerência para a organização está relacionada à eficiência de custos”, avalia o banco.

Grandes fusões e aquisições não estão no radar, mas sem ver potencial para negócios estratégicos (por exemplo, acordo recente com o ativo da Anglo Minas Rio).

Ainda em destaque, a gerência também destacou que o relacionamento com as partes interessadas públicas é fundamental e a nova administração da empresa traz uma oportunidade para um novo começo.

“Temos uma recomendação de compra para a Vale e esperamos que os fatores micro reavaliem as ações, com a empresa sendo negociada com um desconto médio de 30% em relação às principais australianas. Com base em nossas conversas recentes, muitos investidores internacionais permaneceram à margem devido a inúmeras incertezas micro, assim esperamos que o interesse dos investidores aumente à medida que os fatores de risco específicos da empresa sejam reduzidos”, apontam os analistas.

Para o JPMorgan, a agenda faz muito sentido e deve ser uma alavanca fundamental para impulsionar o desempenho do preço das ações da Vale; o banco reitera a recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra).

Fonte: InfoMoney