Mercado não precificou medidas de Trump; Fed pode não saber o que fazer
O economista Paulo Leme avalia que as propostas de Donal Trump, feitas durante campanha nos Estados Unidos, não parecem ser “papo furado” pela maneira com que o republicano está se preparando para seu novo governo.
Ele tem se detido particularmente em três pontos das promessas de campanha de Trump: conter a imigração, cortar impostos de pessoas físicas e jurídicas e impor tarifas de importação.
Para ele, o mercado não está entendendo “a ordem de grandeza do remédio” que o novo presidente dos EUA pretende aplicar no país.
“O mercado ainda não incorporou em escala o que pode ocorrer na parte de estímulo fiscal e a valorização do dólar.”
Paulo Leme no Stock Pickers
Paulo Leme foi economista por nove anos do FMI, presidente do Goldman Sachs no Brasil e, atualmente, é professor residente de Finanças da Universidade de Miami e chairman do Comitê Global de Alocação de Ativos da XP Advisory.
“A economia americana está numa situação excepcional”, diz. Nesse sentido, ele não vê necessidade de novos estímulos. “Vai abrir um buraco fiscal”, avalia, caso as medidas de Trump realmente sejam adotadas. Além disso, a inflação pode subir, acrescentou.
Diante disso, Paulo Leme estima que a reunião de dezembro do Federal Reserve pode ser repleta de dúvidas sobre o futuro da economia americana. “Não gostaria de estar no Fed fazendo as projeções econômicas”, afirma.
Ele diz ainda que “a situação fiscal americana, se comparar com países emergentes, é muito ruim”. E pode piorar com os incentivos prometidos por Trump.
Paulo Leme concedeu entrevista ao programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter, que vai ao ar nesta quinta-feira (21), às 18h.
Acompanhe a entrevista pelo canal do Stock Pickers.
