Justus diz que torcida “crucificou” gestão da SAF do Coritiba
A torcida do Coritiba protagonizou mais um movimento de protesto contra a SAF do clube, nesta segunda-feira (12). O empresário Roberto Justus, sócio da Treecorp, dona de 90% das ações do Coxa, participou de um podcast e torcedores usaram o chat ao vivo para criticar a gestão do clube.
Diante das críticas, Justus se manifestou sobre a situação do Coritiba e defendeu o trabalho da empresa. O empresário ainda afirmou que não se envolve nas decisões da Treecorp no Alto da Glória.
“Acho que sou persona non grata no Paraná, mas injustamente. A nossa empresa é muito competente, diferente do que os torcedores acham. O Coritiba é um clube fantástico, tem uma torcida enorme, maior que o Athletico, que é outro clube incrível”, disse em entrevista ao Inteligência Ltda, antes de reforçar a não participação na gestão do clube.
Roberto Justus, sócio da Treecorp
“Eu não tenho nada a ver com o Coritiba, não estou envolvido”
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Além de sócio, Justus é genro do diretor da Treecorp, Bruno D’Ancona. Mesmo assim, falou poucas vezes publicamente sobre os investimentos no time coxa-branca.
“A Treecorp pegou um clube falido, com recuperação judicial, transformou esse clube. Não tem nem um ano que a gente está lá. Eu ia até participar do conselho, mas não estou, não tenho tempo. A empresa foi um pouco injustiçada pela torcida. Liquidamos a dívida do clube”, continuou Justus.
SAF não teve participação em rebaixamento do Coritiba, diz Justus
O sócio da Treecorp chegou a defender que a empresa não teve participação no rebaixamento do Coxa na temporada passada, afirmando que a empresa tinha apenas 60 dias no clube. O anúncio da venda, porém, foi feito em maio de 2023. O Coritiba foi rebaixado no fim de novembro.
“Quando caiu para a Série B, a empresa não tinha nem botado o pé lá, não tinha nem 60 dias. Ele caiu pela gestão anterior. Agora, está com dificuldade esse ano porque não dá para comprar 20 jogadores e esquecer o resto que tem que administrar”, apontou.
Justus criticou imediatismo da torcida do Coritiba
O empresário de 69 anos voltou a criticar o imediatismo da torcida coxa-branca. Em novembro de 2023, quando o clube estava na zona de rebaixamento da Série A, Justus já havia pedido paciência ao torcedor.
“Tem um planejamento e projeto sólido por trás. Tentamos alguns CEOs, a gente acerta uma, erra outra. Agora veio uma turma boa. Eu acho que os resultados vão vir. É muito cedo para crucificar alguém que está fazendo uma gestão exemplar”, disse.
Ele também admitiu erros da Treecorp na condução da SAF coxa-branca e chegou a citar que algumas contratações de jogadores e profissionais não deram certo.
“A empresa não tem ainda condição. Algumas contratações realmente não foram boas, alguns profissionais que passaram não foram os melhores. Tem que ter paciência, dar tempo ao tempo. A gente exige demais. As dificuldades existem. Empresarialmente, as decisões foram muito boas. O clube está equilibrado financeiramente”, pontuou.
O empresário ainda brincou dizendo que, se os resultados esportivos do clube melhorarem, Bruno D’Ancona virará um “deus” para a torcida.
“Eu não tenho nada a ver com essa administração, não tenho ingerência no dia a dia. A hora que virar o jogo, a hora que esse clube começar a dar alegria, o meu genro e toda a turma vão virar deuses e as pessoas vão se arrepender de ter crucificado antes do tempo”, alfinetou.
Torcida do Coritiba invadiu chat de podcast em protesto
Durante o programa, a torcida do Coxa lotou o chat com comentários em protesto à SAF administrada pela Treecorp. Torcedores chegaram a pagar para ter o comentário lido durante a live.
“Dois anos e os caras só conseguiram piorar o Coritiba. Como que pode? A pior fase do clube na história, sendo que tem dinheiro. Absurdo!”, escreveu um coxa-branca. “O Justus disse que a torcida do Coritiba é imediatista… explique melhor essa, pois você só piorou o Coxa e a torcida não exigiu nada além do prometido”, criticou outro.