JPMorgan eleva ações para compra e coloca estatal entre favoritas do setor
O JPMorgan revisou as suas projeções para o petróleo e as ações do setor, com uma estimativa mais conservadora para os preços da commodity, mas continua vendo valor no setor de petróleo e gás.
O banco elevou a recomendação para as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) de neutra para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), devido ao seu baixo custo de produção e forte fluxo de caixa livre. Para os ativos ON, o preço-alvo foi elevado de R$ 43 estipulado em dezembro de 2024 para R$ 49 em dezembro de 2025 (potencial de alta de 21% frente o fechamento da véspera) para PETR3, enquanto os ADRs (recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York) PBR tiveram preço-alvo elevado de US$ 16,50 para US$ 19 (potencial de alta de 28%).
Para os papéis PN, o target subiu de R$ 40,50 para R$ 46,50 para PETR4 (alta potencial de 26%), enquanto para os ADRs PBR-A o preço-alvo foi de US$ 15,50 para US$ 18 (potencial de 33%).
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As brasileiras Petrobras, PRIO (PRIO3) e a argentina Vista aparecem como as suas principais escolhas em sua cobertura de petróleo e gás da América Latina. Por outro lado, o banco rebaixou a colombiana Ecopetrol de neutra para underweight (desempenho abaixo da média do mercado, equivalente à venda) devido a contratempos operacionais e contrações de margem, que estão pressionando as estimativas do banco para baixo.
Especificamente sobre Petrobras, os analistas do banco apontam que, em um cenário mais conservador, a estatal brasileira se destaca como uma produtora de custo muito baixo, o que, em última análise, se traduz em sólidos rendimentos de fluxo de caixa livre (FCF, na sigla em inglês). “A história também se torna mais interessante em uma base relativa, especialmente porque as juniores brasileiras têm apresentado resultados abaixo do esperado nas curvas de produção no curto prazo”, apontam os analistas.
“Embora continuemos preocupados com possíveis mudanças estratégicas que eventualmente reduzirão o FCF no futuro por meio de maiores investimentos em capital ou fusões e aquisições, é inegável que a empresa será capaz de entregar rendimentos atrativos de FCF mesmo em um cenário de preços mais baixos do petróleo. O fato de o governo brasileiro ter um problema fiscal alinha os interesses dos acionistas controladores e minoritários, especialmente no curto prazo”, apontam os analistas.
Além disso, ressaltam, a nova gestão da empresa tem respeitado até agora as políticas de preços e dividendos. Embora modelem apenas os dividendos mínimos, os analistas do JPMorgan acreditam que há uma boa chance de que os dividendos reais sejam significativamente maiores do que o mínimo – potencialmente tão altos quanto os rendimentos de FCF da empresa.
Já sobre a PRIO, com recomendação overweight e preço-alvo de R$ 62 (potencial de alta de 33%), o JPMorgan avalia que “os céus estão mais claros à frente”, apoiando a geração atrativa de fluxo de caixa livre.
O banco vê a PRIO como uma alternativa de risco-retorno muito atrativa, combinando um histórico sólido, geração de caixa atrativa e crescimento potencial com os planos de desenvolvimento de Wahoo e Albacora Leste. A expectativa é de que os atuais contratempos de produção em Albacora se normalizem até 2024 e que Wahoo inicie a produção no 2T25, contribuindo para o crescimento operacional.
Para as outras petroleiras brasileiras, o banco também possui recomendação overweight para Brava Energia (BRAV3), empresa resultante da fusão entre 3R Petroleum e Enauta, com preço-alvo de R$ 42 (upside de 116%). O banco vê a companhia como a mais diversificada entre as juniores, mas com risco operacional nos campos maduros.
A recomendação overweight se estende para PetroReconcavo (RECV3), com preço-alvo de R$ 28 (ou potencial de alta de 51%). Para o JPMorgan, a petroleira fornece uma sólida geração de fluxo de caixa a uma avaliação descontada. “Vemos o foco da RECV3 em seu programa de resiliência operacional (para levar o nível de produção em direção à sua capacidade total) e seu sólido balanço patrimonial como uma vantagem importante para a empresa, permitindo que ela esteja preparada para oportunidades de M&A ou para aumentar a remuneração dos acionistas”, aponta.