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Nov 21, 2024
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Como o esporte ajudou 11 executivos a vencer provas – e barreiras nos negócios

  • Agosto 12, 2024
  • 9 min leitura
Como o esporte ajudou 11 executivos a vencer provas – e barreiras nos negócios

Rebeca Andrade – ginasta e medalhista de ouro na prova de solo nos Jogos Olímpicos de Paris que se encerraram neste domingo (11) – foi reverenciada pelas colegas de pódio, Simone Biles e Jordan Chiles, que levaram prata e bronze, respectivamente. A imagem entrou para a galeria das mais marcantes do esporte mundial, mas não é preciso ser medalhista ou quebrar recordes para vivenciar momentos como o protagonizado pelas campeãs. Quem pratica algum tipo de esporte com regularidade também coleciona histórias de superação e parcerias de negócios.

Entre as braçadas em mar aberto, o desenvolvimento psicológico é o melhor conselheiro para o advogado Leonardo Gallotti Olinto, sócio da boutique tributária Daudt, Castro e Gallotti Olinto. Nadador desde os 6 anos, ele já participou de ultramaratonas aquáticas (24 quilômetros) e não abre mão de nadar seis vezes por semana, entre quatro e seis quilômetros, em mar aberto ou represa.

Leonardo Gallotti Olinto, advogado, sócio da boutique tributária Daudt, Castro e Gallotti Olinto. Crédito: divulgação

Segundo ele, as águas abertas proporcionam um desenvolvimento psicológico determinante para sua vida profissional. “Em várias situações pude trazer esse aprendizado. Quer seja numa decisão desfavorável de um juiz, quer na tratativa com um cliente, em que preciso demonstrar que sou capaz de resolver o problema que ele me apresenta”, resume Olinto.

Além da resiliência, as competições em mar aberto diversificaram o networking de Olinto, que já teve a oportunidade de encontrar novos colegas e parceiros de negócios nas águas. “Não há uma distinção de classes sociais e de atividades. Na competição de águas abertas, os participantes são oriundos de todas as camadas sociais e das mais diversas atividades profissionais. Isso fura a sua bolha e te impõe visões diferentes de vida”.

InfoMoney foi a campo buscar histórias de superação protagonizadas por executivos. Em uma série de reportagens, vai mostrar como os esses profissionais encontram no esporte o combustível para a disciplina e altos índices de assertividade no dia a dia. Veja matéria já publicada:

Estímulo de colegas de profissão

Entre a prática do tênis e a participação de maratonas, na companhia dos filhos, Ariel Frankel, CEO da incorporadora Vitacon, encontra no esporte disciplina e energia para tomar as decisões mais adequadas em momentos de dificuldade. Os primeiros passos na corrida foram estimulados por amigos que trabalhavam nos mercados financeiro e imobiliário.

Ariel Frankel, CEO da incorporadora Vitacon. Crédito: Divulgação

“Dessas conexões surgiam contratos e negócios. O esporte possibilita estar ainda mais próximo de outros parceiros. É ainda uma oportunidade de descobrir colegas que também praticam o mesmo esporte”, conta Frankel.

A prática do tênis também aumentou a rede de relacionamentos profissionais de Christiano Barros, CEO da Itabus, empresa de mídia out of home. Tenista há mais de 10 anos, Barros se tornou mais paciente e focado após frequentar as quadras. Além da habilidade de manter serenidade sob pressão, Barros já encontrou parceiros de negócios do outro lado da rede.

Christiano Barros, CEO da Itabus. Crédito: Divulgação

“O tênis me proporciona oportunidades de networking. Em um evento corporativo, por exemplo, joguei ao lado de um executivo de uma empresa parceira, o que fortaleceu nossa relação e abriu caminho para futuras colaborações empresariais. Esses eventos são excelentes para nos conectar com outros profissionais em um ambiente mais relaxado e informal”, afirma Barros.

Depois de um hiato na prática do tênis, entre a juventude e a vida adulta, Paula Harraca, CEO da Ânima Educação, se reencontrou com as raquetes. Esse retorno permitiu que Harraca, que praticou hockey sobre grama por mais de uma década e chegou a fazer parte da seleção argentina juvenil, aumentasse sua estratégia mental.

Paula Harraca, CEO da Ânima Educação. Crédito: Divulgação

“O tênis ainda permite desenvolver a habilidade técnica e a destreza física, além da capacidade de lidar com recomeços. Conheci muitas pessoas jogando tênis e também beach tênis, pois são esportes que criam um espírito interessante de conexão e competitividade saudável. As principais lições que tenho são importância da dedicação, do treino e da preparação”, comenta a CEO da Ânima Educação, que também é adepta do ioga.

No “garrafão” da diversidade

Conviver com diferentes backgrounds é um dos aspectos da prática esportiva que fascina Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG). Semanalmente, Roscoe costuma correr, nadar, fazer musculação e jogar squash.

“O exercício me mantém afiado, com disposição para enfrentar o trabalho, aumenta a adrenalina e também ajuda a superar desafios. Já encontrei vários parceiros ao longo da minha vida praticando esporte”, ressalta.

Flávio Roscoe, presidente da FIEMG – Federação das Indústrias de Minas Gerais. Crédito: Divulgação

Rafael Nader, vice-presidente de imóveis do Grupo OLX, foi uma criança atlética, que esbanjava energia no futebol, judô, surfe e basquete. Entre essas modalidades esportivas, o basquete sempre foi a preferida e levou Nader a competir sistematicamente e o tornar atleta federado, até o joelho o tirar de quadra, durante a juventude. No entanto, há três anos, esse placar virou e Nader voltou às quadras.  

“Voltei a praticar com os veteranos e tem sido incrível. No basquete, o maior benefício em termos de negócio é a amplitude e diversidade de networking que ele te trás. Tenho amigos da época de campeonatos, que hoje são executivos de grandes empresas e outros que seguiram outros caminhos profissionais, mas que, da mesma forma, me passaram valores importantes”, diz Nader, que aprendeu nas quadras a celebrar conquistas sem sucumbir ao “salto alto”.

Outro apaixonado por basquete, Persio Oliveira, diretor de Negócios da Tunad, plataforma de inteligência de mídia, também foi atleta federado, jogando por diversos clubes paulistas. No Vasto Verde, de Blumenau (SC), chegou ao terceiro lugar do campeonato estadual da Primeira Divisão, aos 19 anos de idade.

Persio Oliveira, diretor de negócios da Tunad. Crédito: Divulgação

“Hoje participo de campeonatos locais e regionais na categoria master e recentemente representei o Brasil no Mundial Master de Mar Del Plata na Argentina. No esporte, já pude apresentar a Tunad para uma Agência recém-criada de um amigo”. O inverso também já aconteceu: ele encontrou um fornecedor para um evento.

O executivo formou um grupo de amigos do basquete que troca contatos profissionais. “Por várias vezes tivemos indicações de excelentes profissionais, além de outras oportunidades de negócio que acontecem pela diversidade de profissões, como advogados, médicos ou profissionais de investimentos”.

Desconforto alimenta a resiliência

Maratonista desde 2017, Samer Serhan, sócio responsável pela área de crédito privado da JiveMauá, corre há 25 anos. Em média, anualmente, ele percorre dois mil quilômetros, por opção. Embora não tenha cruzado o caminho de parceiros de negócios em seus percursos, Serhan cria conexões.

Samer Serhan, sócio responsável pela área de crédito privado da JiveMau. Crédito: Divulgação

“A maioria dos empresários e executivos que conheço pratica ou quer praticar esportes para melhorar a saúde e o profissional. Assim criamos conexões que vão além de números, planilhas e contratos”. Segundo ele, um conhecido próximo estava se preparando recentemente para um triatlo, outro em uma dieta restrita para um campeonato de crossfit, um terceiro é ciclista de longa distância e fez o Tour de France.

Para além das restrições alimentares, a turma do crossfit, diariamente, aprendeu a se desfiar e a lidar com o desconforto. Fabiano Zettel, CEO da Moriah Asset, que já praticou lutas e triatlo, é um deles. O executivo se acostumou a lidar com a pressão dos treinos, a estar na zona do desconforto e transporta esse sentimento para a mesa de decisões.

Ao buscar treinos nas redes sociais, Zettel descobriu parceiros de negócios que também se empenham no crossfit. “Acabamos nos aproximando. Isso rendeu muitos contatos e oportunidades de negócios”, diz.

Uma nova oportunidade de negócio pode surgir em uma consulta com nutricionista. Foi o que aconteceu com Pedro Albite, CEO e fundador da fintech O2 Inc. Praticante de fisiculturismo, Albite treina desde 18 anos de idade.

Pedro Albite, CEO da O2 Inc. Crédito: Divulgação

“São 12 anos treinando, mas de forma intensa e com acompanhamento profissional posso contabilizar dos últimos dois anos e meio”.

No período em que voltou a treinar com mais intensidade e passou a contar com a assessoria de uma equipe, incluindo nutricionista. Albite descobriu, nas redes sociais, que um antigo colega do mercado financeiro, hoje sócio-diretor de um banco, também frequenta o mesmo consultório do nutricionista.

“Depois dessa coincidência, voltamos a nos reunir. Hoje, temos um negócio em andamento, no montante de R$ 10 milhões, que provavelmente não teria ocorrido caso eu não tivesse mudado de vida pelo esporte”, afirma Abite.

Também praticante de crossfit, principalmente levantamento de peso, Wladmir Soares, CEO Hostweb, ressalta que o esporte favorece relacionamentos mais duradouros e com potencial de networking. Em sua rede de relacionamentos, o esporte está sempre em pauta, uma vez que a maioria pratica alguma modalidade.

Wladmir Soares, 40 anos, CEO da Hostweb. Crédito: Divulgação

“O esporte para mim é uma prática diária de humildade e resiliência. Por meio dele percebo que sempre tenho algo a superar e a evoluir em direção a uma versão melhor”, define Soares.