Athletico 1 x 2 Vitória: a crônica de um desiludido
Há algo acontecendo comigo e não estou gostando: o Athletico já não me provoca as ilusões que me contagiavam de esperança.
E não as compro mais, são ilusões falsas. E o mais grave desse sentimento é que não decorre do fato de que, aos 75 anos, o sujeito já experimentou tudo na vida. É coisa recente, que jamais pensaria em sentir.
Para explicar bem esse estado, tomo como exemplo essa derrota para o Vitória, na Baixada, 2 a 1.
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O Furacão dominava e, por isso, logo marcou com Julimar, aos 31’. Não me impressionei como ocorre quando tudo é artificial. Desorganizado, por espalhar todos os seus setores, usava o casuísmo para chegar ao gol baiano. A pretensão de Julimar era cruzar.
Mas daí, o acaso consertou o cruzamento, transformando-o em chute ao gol. É a hipótese do lado bom do engano. O chute de Julimar enganou a todos: aos 41 mil atleticanos que bateram o recorde na Baixada, à bola, a ele, a mim e, em especial, ao goleiro Lucas Arcanjo.
Há pouco tempo, pingando ilusão, antecipava a conclusão, com um “está tudo resolvido”. Mas agora, não. Para os que já têm o controle dos sentimentos, um gol é realmente um mero detalhe. E, tratando-se de Athletico, veja só, um gol como detalhe acaba tornando-se irrelevante. Coisa de louco.
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É assim, porque nenhuma análise em tempo real de um jogo do Furacão pode ignorar que logo haverá uma falha da defesa. Seja por falta de sistema ou seja por erro individual. Ou seja pelos dois.
Desta vez, pelos dois, rápido e feio: aos 33’, uma bola longa do Vitória pegou a zaga do Furacão adiantada. Ainda assim, caiu com Kaique Rocha que, dando provas concretas da sua grossura, chutou o ar, maltratando o vento. Então, Alerrandro entrou com ela dominada, e empatou: 1×1.
“O tempo de intervalo pode ser o mais importante do jogo. E nele que muitas coisas são melhoras”, ensinava Puskás.
Com Lucho González de treinador, as coisas pioram.
Logo no segundo tempo, constatou-se que a principal diferença entre Athletico e Vitória estava fora do campo, no banco.
Lucho bagunçou o Athletico; Carpini arrumou o Vitória
Thiago Carpini arrumou o Vitória com a simples entrada de Carlos Eduardo; Lucho González bagunçou ainda mais o Furacão. E o que se via era Carpini fazer tudo certo, e González, simplesmente, não saber o que fazer, o que é mais grave de fazer o errado.
A sua conduta, como trocar João Cruz por Zapelli, e depois Julimar por Emersonn, era de atos aleatórios que não tinham nada a ver com o jogo.
Então, ao natural, o Leão da Barra marcou o gol da vitória: Matheus Martins, aos 65’. As defesas de Lucas Arcanjo apenas tornaram ainda mais justa a vitória baiana.
O Athletico será rebaixado?
Tenho esperança que não. Mas, a vida me ensinou que a esperança é perigosa. Às vezes, forçamos a crença em coisas que nunca serão realizadas.
Os atleticanos devem estar decepcionados que não critiquei Petraglia e os dirigentes, seus cumpridores de ordem. Mas, aí, lembrei de uma lição que recebi um dia desses de alguém especial, e que conhece bem Campo Comprido: “o que mudaria…?”
Mas se Petraglia fosse um pouco humilde, em ato de desespero, ligaria para Cuca e, com um pedido de desculpas, pediria para salvar o Athletico.
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