Bolsa busca os 133 mil pontos após inflação e maior apostas de corte de juros nos EUA
O Ibovespa abriu em alta nesta quarta-feira (14) e tocou nos 133.264 pontos, logo após os primeiros negócios, refletindo os dados de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA. Assim, a Bolsa brasileira se aproxima de zerar as perdas do ano e de atingir sua máxima histórica, obtida no final do ano passado, quando atingiu os 134.193 pontos.
O índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos subiu 0,2% em julho ante junho, segundo dados com ajuste sazonal. Os dados vieram dentro das estimativas. Em 12 meses, a inflação desacelerou de 3,0% para 2,9%. Com isso, as expectativas sobre um corte maior na taxa de juros do Federal Reserve (Fed) em sua próxima reunião subiram.
Agora, a maioria do mercado (58%) espera um corte de 0,50 p.p, segundo a ferramenta CME Fed Watch. Na véspera, dados de preços ao produtor dos EUA mais moderados do que o esperado já haviam criado a expectativa de que a inflação na maior economia do mundo continua sua trajetória de retorno à meta de 2% do Fed.
Logo após superar os 133 mil pontos, investidores realizaram e o Ibovespa reduziu seus ganhos, para 0,24%, por volta das 11h, retomando os 132.717 pontos.
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Ibovespa: corte de juros nos EUA
De acordo com o economista-chefe Suno Research, Gustavo Sung, os números se somam aos últimos dados de atividade econômica e mercado de trabalho, que indicam desaceleração. “Nós não projetamos uma recessão e, sim, um pouso suave (da economia norte-americana)”, afirmou.
“Nossa expectativa é início do afrouxamento monetário (pelo Federal Reserve) em setembro, com mais um corte até o fim de 2024”, afirmou em comentário divulgado após o CPI.
Enquanto isso, os analistas do Santander reforçaram que CPI de julho contribui para que Fed inicie ciclo de cortes de juros em setembro.
“Os dados divulgados hoje, em adição à surpresa positiva com o PPI de ontem (alta de 0,1%), reforçam a trajetória benigna de inflação nos EUA, em direção à meta de 2,0%”, escreveram, em relatório.
“Esses números sugerem uma alta de 0,18% do núcleo do PCE em julho. Tal comportamento, portanto, contribui para que o Fed inicie o ciclo de cortes de juros em sua próxima reunião de política monetária, em setembro”.
Ações da Bolsa
Entre as ações, as da Vale (VALE3) caem 1,5%, acompanhando a desvalorização do preço do minério de ferro. Enquanto isso, os papéis Petrobras (PETR4) avançam 0,9%.
Os grandes bancos sobem, assim como frigoríficas e companhias aéreas. Operam mistas as companhias de educação, petroleiras juniores e as varejistas.
O dólar comercial tem oscilação hoje e agora sobe 0,13%, a R$ 5,45, e os juros futuros (DIs) operam mistos.
Mais cedo, o volume de vendas do comércio varejista interrompeu uma sequência de cinco meses seguidos de alta e caiu 1,0% em junho ante maio, segundo o IBGE.
Por fim, a temporada de balanços do 2T24 chega à reta final, com divulgações hoje dos resultados de IRB, BRF, Equatorial, Cosan e Petz.
(Com Reuters)