Haddad diz que esperava alta da inflação e pede cautela: “Vamos acompanhar com calma”
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, acelerou para 0,38% em julho e está em 4,5% no acumulado de 12 meses, o teto da meta, segundo dados divulgados pelo IBGE
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), comentou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que acelerou para 0,38% em julho e está em 4,5% no acumulado de 12 meses, o teto da meta – e disse que é o Banco Central (BC) que tem mandato para gerir a inflação.
“Nós estamos acompanhando, tomando as medidas necessárias. O BC tem falado a respeito, o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias e a gente espera que esses números convirjam para patamares inferiores”, afirmou Haddad, nesta sexta-feira (9).
“Nós esperávamos, em função do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação deste ano. Nós vamos acompanhar com calma, o BC já parou os cortes [de juros] e vamos analisar com calma. Tem muita coisa para acontecer este ano ainda, sobretudo no cenário internacional. Temos que ter cautela agora”, disse o ministro.
Haddad ponderou que as ações do BC para com os juros agora afetam a inflação de 2026.
“Você não vai corrigir a inflação de 2024 aumentando o juro. Você tem que ver a trajetória da inflação ao longo dos meses para saber qual é o remédio adequado para conter um eventual aumento de preços. Inclusive tiveram boas notícias em relação a cesta básica, preços de alimentos”, comentou.
“Nós temos que acompanhar sem ansiedade e tomar as medidas necessárias para o Brasil continuar crescendo e a renda do trabalhador continuar subindo”, complementou Haddad, garantindo que o governo tomará as medidas necessárias para garantir o crescimento do país.
Questionado sobre as medidas de compensação da desoneração a serem incluídas na proposta de Orçamento para 2025, Haddad lembrou da decisão judicial a ser cumprida, que exige que seja apresentada fonte de receitas para bancar essa renúncia fiscal, e disse que ainda vão apresentar alternativas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de discutir o tema com o Congresso.
O ministro da Fazenda lembrou, ainda, que a desoneração custa em torno de R$ 27 bilhões e que isso precisa ser considerado para que o governo atinja as metas fiscais já estabelecidas.
(Com Estadão Conteúdo)