Como o futebol do Coritiba degringolou após a chegada da SAF
Antes considerada por torcedores e ex-dirigentes a solução para problemas históricos do Coritiba, a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) tem decepcionado no desempenho esportivo.
Desde a venda de 90% das ações do Coxa para a Treecorp Investimentos, o clube teve a sua pior campanha na história da Série A — e acabou rebaixado.
Agora, na Série B, a SAF do Coritiba repete o roteiro e vive a pior campanha de todas as sete edições em que participou, na era dos pontos corridos.
Atualmente, o Alviverde é o 12º colocado na Segundona, com apenas 41 pontos em 30 jogos. Esta é a pior campanha do Coxa na divisão.
Antes, o pior desempenho havia sido em 2018, quando, em 30 rodadas, estava na oitava colocação, com 43 pontos.
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A campanha na Série B reflete a dificuldade desde o início da temporada. Neste ano, o Verdão caiu precocemente no Campeonato Paranaense, nas semifinais contra o Maringá, e na Copa do Brasil, ainda na primeira fase, contra o Águia de Marabá.
Coritiba tem mínima chance de acesso
Depois da derrota para o América-MG, na última sexta-feira (4), a chance do Coxa conquistar uma vaga na elite do futebol brasileiro em 2025 caiu para 1%, de acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
+ Confira a tabela completa da Série B do Brasileirão
Se a permanência na Segunda Divisão se confirmar, esta será a terceira vez que o clube não conquista o acesso logo no primeiro ano após ser rebaixado. Em 2006, o Coxa terminou na sexta colocação, a apenas dois pontos do G4, e em 2018, encerrou a edição no 10ª lugar, a oito pontos da zona de classificação.
Em 2007, 2010, 2019 e 2021, o Alviverde conquistou o acesso, tendo sido campeão nos dois primeiros anos.
Com SAF, Coritiba repete roteiro de 2023
A venda da SAF do Coritiba foi concretizada em junho de 2023. Antes disso, os profissionais ligados à Treecorp já tocavam o dia a dia do clube. Depois disso, o Coxa amargou a pior campanha da história no Brasileirão na era dos pontos corridos.
O Alviverde fechou a sua participação no Brasileirão de 2023 com apenas 30 pontos em 38 rodadas. Em 2020, o time havia terminado a disputa com 31 pontos, o que era então a pior campanha do clube — sete vitórias, dez empates e 21 derrotas, com saldo negativo de 23 gols.
Antes de 2020, quando caiu na 19ª posição, a pior campanha do clube nos pontos corridos havia sido em 2017, no rebaixamento anterior, com 43 pontos. À época, o Coxa acabou caindo em 17º apenas na última rodada.
No primeiro ano de gestão da Treecorp, o time também acumulou recorde negativo no Brasileirão: ao todo, o Coxa teve oito derrotas seguidas, igualando a pior sequência da história, que aconteceu em 2005.
Coritiba SAF teve repetidas trocas de dirigentes e técnicos
Além dos resultados negativos dentro de campo, outro fator que demonstra a dificuldade da SAF coxa-branca em administrar o futebol do clube, são as seguidas trocas de treinador e dirigentes na temporada de 2024.
Só na atual temporada, o Coxa teve cinco treinadores diferentes. Guto Ferreira, James Freitas (interino), Fábio Matias, Guilherme Bossle (interino) e, agora, Jorginho. Além disso, o clube também teve a saída do CEO Carlos Amodeo e a chegada de Gabriel Lima.
No departamento de futebol, o Coxa iniciou a temporada com Júnior Chávare, que faleceu em fevereiro, após sofrer um infarto. Depois, o clube anunciou William Thomas como head esportivo, que permanece até o momento. Em 2023, o cargo era ocupado por Artur Moraes. O Alviverde ainda teve a curta passagem de Paulo Autuori como diretor técnico, hoje no Athletico.
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