4 títulos públicos para investir após BC adotar tom mais duro, segundo o Itaú BBA
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou na ata do último encontro que poderia voltar a aumentar a taxa básica de juros se a expectativa de inflação estivesse descontrolada. A resposta do mercado foi rápida: projeção de Selic em 12% no primeiro trimestre de 2025, com o primeiro aumento já na reunião de setembro.
Segundo o Itaú BBA, os investidores estão atribuindo também um risco elevado à inflação brasileira no curto prazo. A inflação implícita (diferença entre as taxas de juros nominal e real) projetada para 2024 está próxima ao teto da meta do ano, de 4,5%. Já a inflação implícita para 2025 está 1% acima dessa projeção.
“Entre os riscos mapeados neste tópico, ainda estão a resiliência da economia e o aquecido mercado de trabalho, que continuam a pressionar os preços dos serviços”, diz a casa em relatório.
Além disso, também tem a questão fiscal. “A despeito do contingenciamento de R$ 15 bilhões anunciados pelo governo para este ano, ainda vemos a necessidade de mais R$ 22 bilhões para que a regra fiscal seja cumprida em 2024, além de que são aguardadas medidas estruturais para que se resolva de maneira estrutural a questão a partir do ano que vem.”
Diante deste novo cenário para os principais indicadores econômicos do país, os analistas do BBA reviram sua carteira de recomendação de títulos públicos e passaram a recomendar a seguinte composição:
Título | Indexador | Peso |
Tesouro Selic 2027 | Pós-fixado | 30% |
Tesouro Prefixado 2027 | Prefixado | 20% |
Tesouro IPCA+ 2029 | IPCA | 30% |
Tesouro IPCA+ 2045 | IPCA | 20% |
Os analistas do Itaú BBA reforçam que os títulos foram escolhidos com base em uma taxa Selic de 12% já precificada para o primeiro trimestre de 2025. Eles dizem não esperar uma pressão altista superior a essa precificação, mas sim um processo de estabilização, considerando o alívio do cenário internacional e uma postura mais conservadora do Copom, com uma continuação no “processo de redução das taxas intermediárias e longas ao longo das próximas semanas”.
Nesse cenário, títulos pós-fixados têm garantia de rentabilidade elevada em termos nominais e também acima da inflação, segundo o banco. No caso dos prefixados, estarão bem posicionados os investidores que aplicarem em papeis de prazo intermediário, entre dois e três anos. Já os atrelados à inflação, que são os “queridinhos” dos especialistas há meses, seguem atrativos “dado o nível de taxa superior ao que acreditamos ser a taxa de equilíbrio de longo prazo no Brasil”.